terça-feira, 21 de maio de 2019

A "Ciência" dos Imbecis

Roger Bacon, o frade criador do método científico.

“Eis aqui o labarum dos imbecis. A ciência!” (Léon Bloy)

por Davi M. Simões

“Ciência”, a palavra mais repetida do vocabulário diminuto do ateu militante. Em verdade, a “ciência” é cria da filosofia. Após se separarem, a primeira se tornou mais mítica e dogmática que a segunda (é preciso muita fé para ser um cientista moderno). Mas se “ciência” é experimentação, substituição constante de ideias, o que vemos hoje são dogmas e alguns “pensadores” sacrossantos incontestáveis, embora facilmente refutáveis, por partirem de proposições sabidamente fantasiosas. O empirismo não é superior à ciência reflexiva (filosofia), porque por meio da lógica se pode chegar a verdades incontestáveis. Leiam a “Física” de Aristóteles, se entenderem. Foi escrita 1500 anos antes dos medievais criarem o método científico. O que conhecemos como “progresso” só foi possível onde seu pensamento foi estudado (graças aos medievais, novamente). Insignificante filósofo esse, que, com mais dois que lhe antecederam, nada fez além de ensinar o Homem a pensar. Obra de Deus ou de Lúcifer? Seria o daimon de Sócrates um anjo, ou uma entidade maléfica? Ou a Igreja, que em parte é cria sua, é muito certa e idônea, ou é a instituição mais satânica e errada da terra.

Sem deixar de levar em conta a Queda e a imperfeição humana, que nos tornam quase escravos da ignorância e da concupiscência, não precisamos abdicar de aspirar (e suspirar) pela perfeição e pela transcendência. Tendo em vista a corrupção inata, não é implementável qualquer ideologia pré-fabricada e utópica que nos levará à felicidade terrena. Para os escolásticos a felicidade completa não é possível aqui embaixo, pois o nosso fim é sobrenatural. No entanto, para a maioria, ignorar verdades e repetir “lugares-comuns” não é só pré-condição de felicidade, mas a salvação da própria sanidade mental. Em um mundo sério não haveria espaço para não-católicos. Um herege obstinado vale menos que um assassino, pois, além de ameaçar a paz social, condena os outros à morte eterna. Como disse Santo Tomás: “não é pecado enforcar com justiça os maus; são os ministros de Deus que o fazem, conforme o dizer do Apóstolo (Rom 13), e estes cumprem o Mandamento do amor, pois, se punem, o fazem ou para castigar, ou por causa de um bem melhor e mais divino. Ora, o bem de uma cidade é maior que a vida de um homem”.

Ser filósofo é ter ciência da própria ignorância e buscar, por meio da reflexão, um conhecimento diverso do vulgo e do senso comum. Hoje, no mundo “filosófico” – ou seja lá o que os piolhentos da esquerda entendem por isso – são os imbecis, como “a estagiária do calcanhar sujo” da crônica de Nelson Rodrigues, que dão as cartas. Imbecis amputados intelectualmente que tentam esquecer e combater o que deu certo por milênios, para construir um não-sei-quê no lugar, que nem eles sabem ao certo o que é. Leiam qualquer livro da Márcia Tiburi e, se estiverem entre os raros seres viventes sãos, saberão o que digo. Se não a compreendi, não foi por falta de capacidade – posso citar autores e indicar livros que vocês nunca ouvirão falar – e sim pela pouca habilidade da “escritora” com as palavras, na tentativa da construção de um raciocínio que ela chama de “pensamento arte” (sem saber, como boa moderna, o que é pensamento e o que é arte), com o agravante do consumo de drogas e a falta de um estudo sério de lógica (propedêutica no curso universitário de filosofia). Marilena Chauí, Leonardo Boff, Clóvis de Barros, Mário Sérgio Cortella, Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé e tutti quanti só se destacam em um país como o Brasil, uma nação carente de intelectuais (“de raça”, que não sejam meros carreiristas), onde Jean Wyllys é um erudito e todos os ditos “filósofos” célebres não passam de sofistas, ou seja, relativistas de boa retórica.

Pergunto-me qual o outro pré-requisito para ser um progressista, além de ser burro. Dizer que filosofia não é ciência deveria ser classificado como algum tipo de retardo mental dos mais graves, digno de figurar na CID. Filosofia é a ciência na forma mais pura! Os antigos e medievais já sabiam pela razão coisas que só foram experimentadas por Galileu e Newton. Além do mais, Copérnico era padre e Leibniz nutria um profundo respeito pela metafísica escolástica. Época obscura esta, em que filósofos não são cientistas e cientistas não são filósofos... É por culpa, principalmente, do maldito imanentismo cartesiano, que o divórcio entre filosofia e ciência é um dos maiores desastres do nosso tempo.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Revolução e Contra-revolução


“Os verdadeiros amigos do povo não são revolucionários, nem inovadores, mas tradicionalistas.” (São Pio X) 

por Davi M. Simões

O que é a revolução?

Houve, na história, diversas pequenas revoluções, mas a Grande Revolução (subjugação total das nações), por meio da Nova Ordem Mundial, já está sendo implantada pelos anjos caídos e suas diversas hierarquias e ordens (cada uma com funções específicas), objetivando, com o auxílio e veneração dos judeus e seus lacaios maçons, a subversão da Ordem Divina e a repaganização da sociedade. Para isto promovem a extinção da Igreja Católica (por meio de infiltração) e a destruição da heterossexualidade (portanto da família). Suas maiores armas são o ecumenismo, a partidocracia e a “ciência”.

Como reagir por meio da Religião?

A única força verdadeiramente contra-revolucionária é o Catolicismo Tradicional, em oposição ao Concílio Vaticano II e às duas faces mais visíveis do modernismo: o liberalismo e seu filho, o socialismo. O modernismo, segundo São Pio X, é a síntese de todas as heresias.

Como reagir por meio da política?

Combatendo a separação entre estado e Igreja (que devem ser unidos e harmônicos), e adaptando os regimes políticos à realidade de cada país. Em nosso caso, em sintonia com o hispanismo e o monarquismo (representativo dos municípios e das corporações de ofício, contra o parlamentarismo). Além de uma ação de resgate nacional, porém nunca telúrica ou sanguínea, mas espiritual: tendo como mitos fundadores a Batalha de Ourique e as duas Batalhas do Guararapes. Bem como a exaltação da arte barroca, da obra evangelizadora dos jesuítas e da chegada da família real ao Brasil. Precisamos também de uma purificação em âmbito filosófico, descartando toda a imundície não-católica que venha da Inglaterra, dos EUA e da Alemanha (as três nações mais degeneradas e heréticas do que comumente sói chamar “mundo ocidental”).

Como reagir por meio do Direito?

Com o Direito Natural tomista, banindo o kantismo e o positivismo kelseniano. Não se deve separar a ética da moral, nem o Direito da ética. Esta é o hábito (ethos) de praticar o bem e agir virtuosamente. O positivismo leva em conta apenas o que está escrito, sem dar importância às origens de um povo. Como ensinou José Pedro Galvão de Sousa: “o contrato social concebe o povo não mais como um conjunto de famílias e outros agrupamentos, mas como massa amorfa dos indivíduos ou ‘cidadãos’. (...) As constituições escritas se elaboravam sem levar em conta a formação natural e histórica dos povos. Esquemas de organização política eram importados por algumas nações seguindo o figurino da moda. O Estado deixava de se amoldar à constituição da sociedade, para se organizar artificialmente.”

Como reagir por meio da economia?

Com a Doutrina Social da Igreja (nem individualista, nem coletivista, mas priorizando a família, a defesa da propriedade privada que atenda ao princípio do bom comum, e o estado subsidiário). O estado é a reunião de famílias, e deve existir tendo como fim o bem da coletividade. Na sociedade política, “o indivíduo nunca se encontra isolado, mas participando de um ou mais agrupamentos. Entre estes agrupamentos, destaca-se a família.” (José Pedro Galvão de Sousa). O estado serve ao indivíduo, não o contrário. Ele pode entrar na economia para evitar monopólios como cartéis, trusts e holdings. E também para garantir as condições para aquisição dos bens materiais necessários à subsistência; como, paralelamente, a Igreja conduzindo ao progresso espiritual, porque “não só de pão vive o homem”. 

Um católico digno do nome não pode se filiar nem ao olavismo, nem ao duginismo, pois em ambos os casos cai em heresia, comprometendo a própria salvação. O primeiro defende o ocidentalismo anglo-saxão e a cultura judaico-protestante estadunidense e possui uma visão equivocada da liberdade e da função da propriedade. O segundo defende o orientalismo eurasiano e as culturas indígenas incivilizadas (de todos os continentes), o paganismo adorador do falo e o socialismo. Ambos são ecumênicos influenciados pelo esoterismo (Guénon, Evola e Crowley) e dizem se opor à modernidade, mas o fazem conservando resquícios de cosmovisões modernas (voluntarismo, nominalismo, romantismo, evolucionismo, existencialismo etc).

“É sempre fácil acompanhar os tempos; o difícil é conservar a própria personalidade. É fácil ser moderno, assim como é fácil ser esnobe. Ter caído numa destas armadilhas criadas pelo erro e pelo exagero que, moda após moda e seita após seita, estabeleceram-se ao longo do histórico caminho do Cristianismo – seria coisa indubitavelmente fácil. É sempre fácil cair: há uma infinidade de ângulos que nos podem provocar a queda, mas há apenas um onde podemos nos firmar. (...) Mas ter evitado todas essas coisas foi uma alucinante aventura; e na minha visão, o carro celestial segue trovejando através das eras, as negras heresias debatem-se por terra, mas a verdade é intrépida e bravia, embora vacile, conserva-se ereta.” (G.K. Chesterton). 

Há somente uma resposta para a crise da nossa Civilização Romano-Cristã: a Contra-revolução! E esta precisa estar firmada na Fé e no amor; um amor tão viril que nos ensine a odiar o pecado, nos mobilizando em uma Guerra Santa que termine – como nos áureos tempos da velha Europa – em um banho de sangue.